A Promotoria de Justiça de Alvorada denunciou quatro policiais militares
por homicídio qualificado, com agravante por abuso de poder, pelas
mortes de Luciano Maier, Marcelo de Matos Berro, Celso Santos da Silva e
Marco Aurelio Costa Fraga. A chacina ocorreu em 13 de julho do ano
passado, em frente ao Bar dos Guris, na Vila Maria Regina, naquele
Município.
De acordo com a denúncia assinada pela promotora Raquel Isotton, os
policiais militares Marcelo Machado Maier, Marcio Peron Machado Maier,
Fernando de Souza e Silva e Guilherme Leal de Almeida efetuaram operação
policial no bar, realizando a prisão em flagrante por porte de arma do
proprietário, “com o fim de dissimular a real intenção de matar as
vítimas”. Ainda conforme a denúncia, as vítimas foram retiradas do local
e executadas a tiros na frente do estabelecimento pelo denunciado
Fernando de Souza e Silva.
A chacina foi praticada “por motivo torpe, mediante recurso que
dificultou ou tornou impossível a defesa das vítimas”, ressaltou a
Promotora. Um dos motivos, de acordo com a denúncia, era vingar o fato
de a vítima Luciano Maier ter denunciado Marcelo Machado Maier e outros
policiais à Corregedoria-Geral da Brigada Militar e à Polícia Civil,
noticiando agressões e abusos. Os policiais militares também queriam
assegurar a impunidade dos crimes noticiados à Corregedoria-Geral da
Brigada Militar e à Polícia Civil, cometidos para evitar o depoimento
das vítimas Luciano Maier e Marcelo de Matos Berro no IPM em que Marcelo
Machado Maier era réu. Os crimes contra Celso Santos da Silva e Marco
Aurelio Costa Fraga foram consumados para assegurar a ocultação do
homicídio perpetrado contra Luciano e Marcelo, pois estavam juntos
quando dos fatos, e morreram porque os matadores não queriam deixar
testemunhas, segundo o MP.
Atualmente, os policiais Marcelo Machado Maier e Marcio Peron
Machado Maier, que são irmãos, e Fernando de Souza e Silva encontram-se
recolhidos no Presídio Militar. Para garantir a ordem pública e a
conveniência da instrução processual, a Promotora de Justiça também
requereu a decretação da prisão preventiva de Guilherme Leal de Almeida.